Cultura e Arte em Mato Grosso do Sul
O Folclore regional é constituído por elementos e traços

O homem pantaneiro, em sua simplicidade, acredita na lenda do mar de Xaraés, que explica ser a grande área inundada do pantanal um antigo mar que foi secando e onde sobraram somente áreas alagadas, inclusive com inúmeras baías de água salgada.
O homem pantaneiro nunca perdeu o encanto mágico e acredita inclusive, que o “Arco-íris transporta, para outros lugares, os peixes e as baías do Pantanal.
Tem uma lenda conhecida, que explica A tristeza do jaburu, ave símbolo do pantanal, mais conhecida como tuiuiú. As aves sempre foram alimentadas por um casal de índios que, após a morte, foi enterrado no local onde costumava alimenta-las. Os tuiuiús, em busca de alimentos, ficam sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal, esperando que de lá saíssem algumas migalhas para alimenta-los. Como isso não ocorreu, ficavam cada vez mais tristes, olhando em direção ao chão. É por esse motivo que os tuiuiús parecem estar sempre tristes, olhando em direção ao solo.
João-de-barro é uma lenda difundida em todo o Estado, pois se trata de um pequeno pássaro que constrói sua casa em todos o cantos do pantanal, dos campos e dos cerrados,lembrando de



Come-língua é um outro bicho que povoa o imaginário das pessoas que moram na região do bolsão. É uma variante do Arranca-língua, lenda do Araguaia, trazida pelos goianos. Trata-se de um bicho que vive a arrancar a língua dos animais, que são encontrados mortos no pasto,sem vestígios de ataques de outros animais. Em Mato Grosso do sul, o mito apresenta-se de forma de um menino-bicho. Quando vivia, o menino era mentiroso e sua mãe, antes de morre, rogou-lhe uma praga. Tempos depois, o menino foi encontrado morto e sem língua. Numa ocasião, um fazendeiro encontrou um gado morto no pasto e viu correr, no meio da mata, o menino com uma língua ensanguentada nas mãos verificando que o gado não mais possuía língua.
O Negro d’água é outro mito da mesma região, uma espécie de bicho-homem peludo que vive nos rios, assustando pescadores e afundando embarcações.

Descrito como uma entidade encantada que protege os animais e castiga aqueles que os matam sem necessidade.
Este animal,enquanto ser portador de atributos sobrenaturais, ora assume atitude protetora, ajudando o homem a realizar proezas difíceis, ora torna-se causa do desaparecimento de pessoas.
É descrito como um bicho peludo, inicialmente assemelha-se a anta, em seguida cresce vertiginosamente, transformando-se em um homem negro, cabeludo e barbudo. Os crédulos afirmam que ao passar sua mão pela cabeça de uma pessoa, esta ficará louca.
Apesar do nome, o Mãozão não possui mãos grandes; elas, porem, são extremamente poderosas , de onde resulta a denominação do personagem.
Na região de Bonito, tem o mito do Sinhozinho, um frei que andou pregando ensinamentos religiosos pela região nos anos 30, Pequenino, mudo, benzia, curava e se comunicava, mesmo sem dispor de voz. Desapareceu sem deixar vestígios, mas sua presença foi marcada pelas obras que fez, pelas cruzes e capela que construiu. Uma das história contadas pelo povo é que Sinhozinho teria prendido, em um grande buraco de um dos morros da cidade, uma cobra gigante, selando com uma de suas cruzes. Se a mesma for descoberta e retirada a cobra sairá e poderá devorar os moradores da cidade. Em torno dessa personagem, existem vários causos que cada contador enfoca um aspecto diferente.
Em Baús, corre a história do Santo que fugia. No local existe uma capelinha, cujo santo, Nosso Senhor do Bom Jesus, tem os pés cortados , porque toda vez que ele era transferido para outro local, durante a movimentação dos “revoltosos”, retornava sozinho para a igreja. Essa é a forma que os moradores mais antigos encontraram para explicar a montagem da imagem separada de seus pés.Na realidade, esse tipo de imagem sacra, também denominada popularmente de “santo do pau oco”, trata-se do santo de roca,muito usado no período barroco, quando o ouro no Brasil já havia se esgotado e, diante da escassez do dinheiro, os doadores de santos à igrejas investiam menos. Nessa época, as imagens esculpidas apenas com a cabeça, pés e mãos reduziam ao mínimo os gastos, principalmente com a folhação a ouro e mão de obra do artista. A partir de então se tornou comum a confecção de santos nesse estilo,
Campo Grande - 2006
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